Este blog servirá de "portfólio digital" (webfólio), disponibilizando materiais utilizados e criados em sala de aula e dicas culturais sob coordenação da Artista Plástica e Arte Educadora Greice De Barba. Assim, cria-se um espaço virtual para os alunos ter acesso a conteúdos interessantes, atualizados e de qualidade. Quem quiser ter seu material postado neste espaço, envie para: alunosdagreice@gmail.com
terça-feira, 21 de junho de 2011
NTE - O que fazer quando o depósito enche de sucatas tecnológicas?
Lecionar: verbo transitivo sujeito a vários predicados
Após os primeiros contatos com alunos, não consegui ficar indiferente ou fazer de conta que não estava gostando da ideia - a não ser quando via meu contracheque e lembrava de meus professores.
E hoje, ao anunciar minha despedida, posso dizer que:
Por mais clichê que possa parecer, juro não ser hipócrita ao dizer que após quase três anos no magistério aprendi muito mais do que ensinei.
Compreendi que para ser professor não adianta saber por em prática toda teoria, objetivos, justificativas e avaliações que aprendemos na faculdade, se não amarmos esta profissão.
Mas também sei que apesar do “meu jeito Greice de ser”, muitos tiram proveito do que ensino e é por esses e pra esses que tenho me esforçado para seguir criando as aulas como eu gostaria de receber se fosse minha própria aluna.
Admito não ter nascido pra dar aula usando giz e quadro negro. Além de ter uma letra que só fica legível após ser impressa, não gosto de perder tempo ditando o que não entenderam e muito menos limpando minha roupa que sofre com minha descoordenação motora.
Sem dúvida este é um dos motivos de agora precisar anunciar minha escolha/necessidade de pendurar as chuteiras.
Por quê?
Porque cansei de ir contra a maré. Por querer preparar alunos para a vida, estimular propostas mirabolantes, usar minhas experiências para motiva-los a acreditar e batalhar por seus sonhos, estou deixando minha vida, minha saúde, meus amigos e meus próprios sonhos de lado.
Agora eu é que pergunto: Para quê?
De que adianta ensinar sobre arte, tecnologia, meio ambiente e tantas outras coisas urgentes se me sinto uma mentirosa? É, uma mentirosa.
Não bastasse o tempo que a preparação das aulas me exige, ganhei mais uma função – não remunerada, óbvio. Por ser a “professora high tech” (toda escola tem uma assim), fui promovida a “professora quebra-galho”.
É sempre aquela velha história:
- “Greice, já que tu sabes fazer tal coisa...”
- Pois é, exatamente, eu sei! E se eu sei é por que um dia tive que parar e aprender.
- “Mas eu não posso, tenho marido e filhos”.
- Sério? Que ótimo! Eu ainda não. Talvez por passar muito tempo fazendo para os outros aquilo que um dia me dediquei para aprender.
- “Mas eu não tenho prática.”
- Eu também não tinha.
É maluco dizer isso, mas de uns tempos pra cá tenho medo de aprender coisas novas. E quando aprendo me policio para não dizer que sei.
Adoro ensinar, ser útil. Isso me faz bem - de verdade. Só que por “ser a pessoa que sabe”, acabei me tornando “a pessoa que nunca tem tempo pra si”. Falando em maluquices, as vezes tenho a impressão de que quanto mais o tempo passa, mais contemporânea a fábula de “A Cigarra e a Formiga” fica.
Creio que o fato de eu saber isso ou aquilo não me obriga a ter que fazer algo por alguém que assiste televisão enquanto eu pesquiso na internet. A não ser que exista um banco que aceite uma carta de agradecimento das pessoas que usufruíram disso quando eu tiver que pagar um carnê.
[Não estou criticando quem aprende com esta troca entre contatos, mas sim àqueles que se auto intitulam como incapazes, não querem aprender e acham que por saber eu tenho obrigação de fazer por eles. Eu mesma sou adepta do “S.O.S. MSN” – por precaução, não divulgarei minhas fontes.]
Toda esta minha indignação me ajudou a finalmente entender o grande problema de ser professor. Há diversas teorias culpando o governo, os alunos, os pais e é claro: os professores.
E sabe o que descobri?
A questão não é o “dar aula” nem o “ganhar pouco”. É estar ganhando pouco para ficar muito tempo ocupado.
Quando digo que a culpa é dos professores, é por que muitos aceitaram essa realidade e simplesmente adequaram suas aulas conforme o salário para não prejudicar seu estilo de vida.
Outra descoberta...
Professores assim realmente dão aula. O que eu faço tem outro nome... mágica, milagre, penitência ou seja lá como preferirem chamar.
Admiro-me por tentarem fazer algum cursinho – com preço acessível - que coincida com os sábados que não tem reunião/ festa junina/ entrega de boletim/ dia das mães/ conselho/ capacitação na escola.
É estanho falar isso, pois já fiz cursos em dia de reunião e ainda fiquei com sentimento de culpa – juro que fiquei e ainda dei explicações para a direção ao entregar o atestado. Mas já aprendi a lidar com esse tipo de situação. Por falar nisso, me inscrevi em mais alguns cursos para os próximos sábados. =]
Sou professora de Artes e posso ter questões mal resolvidas com a língua portuguesa, porém, em matemática eu sempre me dei muito bem. E não compreendo a lógica ou algo que justifique o que recebo. A não ser que alguém possa me ajudar a refazer esta fórmula:
Remuneração pelo trabalho executado = Salário
A educação só está assim por que tem quem se conforme com isso e colabore com a inércia. E quem quer fazer diferente tem que escolher: aceitar a sobrecarga ou cair fora enquanto há tempo.
Amo meu trabalho, sentirei falta de meus colegas professores e principalmente dos alunos. Por mais que esteja desabafando, não estou reclamando das pessoas e nem do salário, muito menos do que faço, pois apesar dos pesares, me divirto muito. Estou questionando a lógica disso tudo. Se é que existe.
Talvez eu esteja no ápice de minha metamorfose. Assim como alguns jogadores aposentados viraram técnicos, talvez eu precise passar de professora para algo diferente. Uma função que aproveite o que tenho de bom, pois não posso estar tão errada com relação a tudo – só o que me faltava!
Quando penso em meus alunos, não levo em consideração quem está no governo, o que a direção ou os pais esperam de mim. Penso apenas na minha missão de fazer a diferença na vida de cada um deles. Infelizmente, para atingir meu objetivo preciso enfrentar a burocracia escolar, compensar o que os pais deixaram de fazer e me submeter ao “pseudo-salário” que o governo me fornece.
É revoltante saber que ao lutar pelos direitos dos professores não defendem a classe, simplesmente atacam o governo.
Alunos, fiquem tranquilos... pois vocês não tem nada a ver com isso. Nosso vínculo entre professor-aluno é mais forte que qualquer queixa que eu possa ter feito aqui. O que não justifica o trabalho que vocês me dão para poder acomodar a turma e começar a falar!!!! =/
É sempre assim...
Tenho sonhos a serem realizados, mas permanecendo em sala de aula estarei fadada a me tornar uma professora velha, frustrada e neurótica.
Não quero desqualificar o que faço para estar de acordo com o que ganho, muito menos ser um patinho feio ao insistir em ser diferente de quem não se importa com isso.
Peço perdão pelos erros de português, pois assim como a criação deste texto ocupou minha tarde de folga, levaria outra tarde para corrigi-lo e não acho legal pedir que uma professora de língua portuguesa faça isso por mim.
Certamente encontraria voluntárias, pois professor não tem folga, apenas termina de fazer em casa.
Marco Luque ao vivo
Hoje (21/06/11) as 21h no canal do Banco Itaú
http://www.youtube.com/BancoItau
domingo, 19 de junho de 2011
Faça como Steve Jobs
Na verdade, ainda não terminei de ler - ele tem me acompanhado nas viagens a Porto Alegre.
Que atire a primeira pedra quem nunca ficou nervoso na hora de apresentar um trabalho na escola ou se sentiu inseguro com a apresentação que fez na faculdade.
“Jobs não vende computadores. Ele vende ferramentas para despertar o potencial humano.”
Bruna Pellenz
A conheci em 2009, quando ela ainda estava na 5ª série. Lembro-me dela ter comentado algo sobre um fotógrafo (Leandro Badalotti) tê-la abordado durante a feira, onde trabalhava com sua família e tempos depois a presenteou com um book. Em junho/2010 finamente vi o “tal book”. E fiquei surpresa ao ver quão fotogênica ela era - a foto acima não me deixa mentir. Ao natural e pessoalmente ela já é muito bonita, mas apenas uma menina - diferente do resultado que vi no book.
Nesta época, ela estava se inscrevendo em alguns concursos de caça-talentos. E por ter medo dela entrar em uma fria (como já aconteceu com muitas meninas), entrei em contato com minha amiga Caroline Marchett, pois lembrei que a irmã dela (Nathaline Marchett) havia sito descoberta por um olheiro de uma agência de confiança e viajou por vários países como modelo. Enviei algumas fotos que estavam no álbum do orkut da Bruna e na mesma semana o Edson Ferreira (olheiro) quis conhecê-la pessoalmente.
No meio da aula entreguei o número do celular dele em um papelzinho e disse pra ela entrar em contato o quanto antes, se apresentando como minha aluna.
Pouco tempo depois, ela veio contar que virou new face da agência e no final do ano saiu em um caderno do Jornal Pioneiro (foto ao lado).
Algumas semanas atrás ela veio me agradecer por tê-la indicado ao Edson e contou que estava indo conhecer o dono da Ford Models. Como não sou do ramo, não fazia ideia da importância disso...
Até ficar sabendo que ela foi escolhida para representar o Brasil no concurso Supermodel Brazil 2011, em New York. Será apenas em novembro, mas em breve ela se mudará para São Paulo, onde fará cursos de inglês, passarela e afins. A foto acima saiu na Coluna 3x4 do Carlinhos Santos dia 03/06/11.
Estou muito feliz com tudo o que está acontecendo e em especial por ver que uma guria de apenas 14 anos soube aproveitar as oportunidades que surgiram. Teve sorte de encontrar profissionais competentes, corretos e interessados em vê-la crescer. Se Deus quiser, continuará encontrando pessoas assim por muito tempo e sabe-se lá onde ela vai chegar.
Na última sexta-feira (17/06/11), fizemos uma festinha de despedida com os colegas durante a aula de Artes. Também passei um vídeo com conselhos e paisagens de nossa cidade, para levar como recordação.
Parabéns Bruna... e parabéns a todos que fazem parte desta tua conquista.
Prof. Greice, o retorno.
Bjs da prof!